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APORÉTICO


Para começar meu novo endereço, deixo o último texto que publiquei em meu site antigo, só para ter um ponto de partida para esse novo momento.

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Me desculpem amigos por tanto tempo sem publicações, vivo um daqueles raríssimos momentos da vida de inflexão, momentos esses que nos fazem refletir, e muito.

Tenho visitado velhos amigos como Nietzsche, Rivail e Confucio, mas também tenho me aproximado de colegas que pouco conhecia como Bauman, Kierkegaard e Pondé. Não caros amigos, não estou com raiva ou desapontamento com o mundo, muito pelo contrário, esse momento de introspecção somado com o aprofundamento destes autores que expõem a fragilidade e aporia humana estão “desembaçando” compreensão sobre a minha própria natureza e como devo construir minha nova estrada e enfim, entender e aproveitar um pouco mais as bênçãos que aqui existem.

Tenho me despido das utopias. Como contou certa vez Luiz Felipe Pondé, que ter estudado psiquiatria antes de se tornar filósofo, lhe permitiu se afastar do platonismo sobre a grandiosidade humana e enxergar o indivíduo como algo frágil e inseguro. Minha história aponta para o mesmo ponto de vista, contudo, na atual conjuntura, preciso me tornar mais forte para construir um novo horizonte que me leve a escolhas mais assertivas. Como disse Chico Xavier: “Não posso reescrever o passado, mas posso escrever um novo futuro”.

Para começar tenho buscado compreender a minha própria natureza e acredito que cada um que refletir sobre o assunto alcançará respostas diferentes, contudo, percebo agora que essa reflexão só será mais plena se considerarmos uma simples e avassaladora perspectiva. Somos apenas poeira, que existe apenas por um breve instante, fruto da entropia universal, muito além da nossa mera compreensão e, como diria Alvarez de Azevedo, a solidão será sempre nossa companheira mais inseparável e é diante dela que encaramos todos os nossos fantasmas. Para ilustrar, sob esse ponto vista, sinto-me como se estivesse nu diante de mim mesmo, murmurando uma única pergunta: Quem és tu?

Parece um tanto poético eu sei, mas essa desconstrução do ‘eu’, levou-se a toda uma nova maneira de compreensão de quem eu sou e de quem eu quero e/ou preciso ser.

A liquidez moderna amplamente discutida por Zygmunt Bauman mostrou-me como tenho sido efêmero com meus anseios, como me distanciei do que realmente vale a pena ser alcançado e cultivado. Aqui lembro-me do tema de uma palestra de Mario Sérgio Cortella, “Se você morresse hoje, que falta faria?”. Mas, voltando a Bauman, conhecendo minha tendência as questões frívolas, como me imunizar e então me tornar um humano melhor. Curiosamente as palavras que melhor atenderam meus questionamentos para sobreviver aos tempos modernos não vieram de “oráculos” contemporâneos, mas de palavras escritas a séculos passados, mais precisamente nos séculos VI a.c. com Confucio e XIX d.c com Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec), palavras essas que transcendem o tempo. Sem querer me prolongar muito, afinal esse texto já começa a ficar demasiadamente longo para os padrões imediatistas da internet, tenho considerado que uma vida plena pode ser alcançada com a mediania confucionista e a caridade kardecista, que colocam o indivíduo como protagonista e responsável por suas próprias escolhas, bem como refém de suas consequências e exigindo o aperfeiçoamento constante moral, intelectual e espiritual.

Para finalizar deixo um Anacleto de Confucio:

“Disse Confucio:

“Há nove coisas que o homem superior submete a uma imediata consideração:

Com respeito ao uso de seus olhos, anseia ver claramente.

Com respeito ao uso de seus ouvidos, anseia ouvir distintamente.

Com respeito ao seu comportamento, anseia por ser benigno.

Com respeito à sua conduta, anseia por que seja sincera.

Com respeito ao cumprimento do seu dever, anseia por ser reverentemente cuidadoso.

Com respeito ao de que êle duvida, anseia por perguntar aos demais.

Quando está aborrecido, pensa nas dificuldades.

Em que pode envolve-lo seu aborrecimento.

Quando vê que pode obter algum lucro, pensa na retidão”.

Felicidades a todos.

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